O famoso Panteão de Roma ostenta a maior cúpula de concreto não armado do mundo - uma maravilha arquitetônica que perdura há milênios, graças à incrível durabilidade do antigo concreto romano. Durante décadas, os cientistas tentaram determinar com precisão o que torna o material tão durável. Uma nova análise de amostras retiradas das paredes de concreto do sítio arqueológico de Privernum, revelou que os romanos empregavam "mistura quente" com cal viva, entre outras estratégias, que davam ao material a funcionalidade de autocura. 

Assim como o cimento atual (um ingrediente básico do concreto moderno), o concreto romano era uma mistura de argamassa semilíquida e agregado (o antigo feito de pedaços de pedra ou tijolos do tamanho de um punho). Acreditava-se que eles combinavam água com cal para fazer uma pasta altamente reativa quimicamente (slaking). Análises de laboratório com mapeamento químico e ferramentas de imagem confirmaram que era utilizada a cal viva ainda mais reativa (possivelmente em combinação com cal apagada). Os clastos eram diferentes formas de carbonato de cálcio, e a análise espectroscópica mostrou que esses clastos se formaram em temperaturas extremamente altas – também conhecidas como “mistura quente”. 

Aliado à sua resistência, este concreto demonstrava capacidade de autocura.  Quando as rachaduras começam a se formar no concreto, é mais provável que elas se movam através dos clastos de cal e eles podem então reagir com a água, produzindo uma solução saturada de cálcio. Essa solução pode recristalizar como carbonato de cálcio para preencher as rachaduras ou reagir com os componentes pozolânicos para fortalecer o material compósito. 

 

FONTE: JENNIFER OUELLETTE | Arstechnica

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