Na Semana do Químico, o Conselho Regional de Química da 5ª Região (CRQ V) preparou uma série de palestras para comemorar a data magna do profissional da Química: 18 de junho. Na última terça-feira (15), no perfil do CRQ V no Instagram, o assunto abordado foi  “A Química a Serviço do Controle de Qualidade dos Combustíveis”.

A live contou com a participação do conselheiro do CRQ V Renato João Zucchetti, que é engenheiro químico com pós-graduação em Saneamento Básico. Ele atuou na Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (FEPAM RS) e no Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPE). De acordo com o engenheiro químico, o combustível é composto por uma fatia da Química. 

Renato Zucchetti iniciou a live contando que, em 2000, em um projeto encabeçado pelo Ministério Público, onde trabalhou por 11 anos, foi responsável pela redução drástica no número de adulterações e fraudes de combustíveis. “O projeto foi implementado em 14 estados. Os índices de adulteração no estado [RS] eram de 27% e caíram para quase zero em 2004. A adulteração era rotineira pela falta de fiscalização e de pessoal”, garantiu o conselheiro. 

Porém, ele explicou que nem sempre as adulterações são oriundas de fraudes. Pode acontecer inconformidades como problemas de infiltrações nos tanques dos postos de combustíveis. Zucchetti aponta que o crime ocorre por causa da alta carga tributária. 

“A gasolina possui uma tributação de 42%. Começamos a rastrear um combustível adulterado no Rio Grande do Sul, por meio de escutas autorizadas pela Justiça. Eles [organização criminosa] compravam o tolueno, um solvente com altíssima octanagem, que é a medida de resistência do combustível à pressão que ele sofre dentro da câmara de combustão do motor. Essa mistura mais barata com a gasolina ficava fora das especificações”.  

O projeto do MPE envolveu vários órgãos, alinhavado com laboratórios, forças de segurança pública e desenvolvimento de lacres pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). “Após as denúncias, as coletas e análises dos combustíveis eram feitas. A partir disso, a promotoria solicitava uma ação com o lacramento da bomba e do tanque adulterados”.

A partir de 2002, o MPE investiu num laboratório móvel, que mede a densidade dos combustíveis, curva de destilação e outros parâmetros. No Brasil, o laboratório móvel é inédito e único, e já foi utilizado em outros estados. “Foi uma revolução. No Nordeste, flagramos um crime clássico contra ordem tributária utilizando o álcool premium”, contou,

Segundo  Zucchetti, no Rio Grande do Sul há um convênio firmado para se reprocessar o combustível adulterado, e o novo produto é encaminhado para as forças policiais. 

Recomendações

No Brasil há três tipos de gasolina: a comum (com 27% de álcool), a aditivada que possui um aditivo detergente para impedir incrustações e a carbonização; e a terceira que é a gasolina premium que tem uma octanagem de 91. “Os carros produzidos no país saem de fábrica com 87 octanas. Acima disso, não aumenta mais o rendimento”.

Na opinião de Zucchetti, os proprietários devem abastecer seus veículos com aditivada e não ficar alterando o tipo de combustível. Outra dica é sempre abastecer no mesmo posto. 

Geralmente, os sinais mais clássicos de adulteração podem ser verificados na bomba onde se tem um medidor que mostra a cor do combustível. “A gasolina aditivada é mais esverdeada, enquanto que a comum é vermelha-alaranjada”, explicou Zucchetti. 

Assista à live em: https://www.instagram.com/p/CQKBgopCb2s/

 

RESUMO PRODUZIDO PELO CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA

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