A indústria química é sedenta por inovação e atitude. O mercado é amplo, diversificado e com espaço para todos. Basta saber como e quando agir. Para conversar sobre este assunto, de extrema importância em um momento em que inovar é essencial, o Conselho Regional de Química da 5ª Região (CRQ V) convidou o conselheiro Maurício Schmitt, que é engenheiro químico e professor na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).

A live “Inovação na Indústria Química: possibilidades e estratégias” foi transmitida na última quinta-feira (29) pelo perfil do CRQ V no Instagram.

O engenheiro químico disse que, apesar do termo inovação estar um pouco desgastado, o ato de criar algo novo deve estar baseado em uma proposta de trabalho onde se busca fomento, desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos.

“Tem um risco envolvido. Nem sempre conseguimos aplicar ideias. Nem sempre elas são compradas por alguém. A inovação precisa gerar nota fiscal. A inovação é uma ideia que traz resultado. Inovação é diferente de invenção”, complementou.

Para ele, a inovação visa ganhar novos mercados com um diferencial competitivo. Muitas empresas surgem a partir de criar algo novo ou um negócio. As empresas podem se beneficiar de apoio fiscal ou por meio de editais e buscar aportes financeiros. “Eu fui, durante muito tempo, funcionário, mas depois resolvi empreender, vender minhas competências”, ressaltou.

De acordo com Schmitt, uma empresa que inova possui mais sucesso quando exporta. A exportação dá mais retorno financeiro. Por outro lado, as empresas inovadoras também remuneram melhor seus colaboradores. Ainda, segundo ele, essas empresas [inovadoras] comparadas com outras são mais produtivas porque estão com foco no resultado.

“A inovação tem método e busca resultados, precisa ser sistêmica e a direção da empresa precisa orientar”, afirmou.

Ouvir as sugestões dos colaboradores também pode ser importante no sentido de inovar com o aperfeiçoamento de ferramentas, processos, redução de custos ou aumento de qualidade. “Mas é preciso olhar estrategicamente para onde vai o setor da empresa. É preciso ter percepção de mercado e focar no crescimento dos negócios”, aconselhou Schmitt.

Pandemia

A inovação durante o surgimento da pandemia da Covid-19 foi abordada na live. “Tudo é uma questão de perceber os problemas, de dar um direcionamento correto. A Medicina não sabe ainda como lidar com o problema. Logo no início da pandemia, o Brasil fez um pedido, um apelo para a comunidade científica buscando inovações, processos de desinfecção, pesquisas de novas drogas”, analisou o professor.

Schmitt destaca que o setor químico contribuiu com produtos saneantes e que as próprias universidades atenderam à sociedade com a produção de álcool em gel, por exemplo.

Na visão dele, a área química trabalha com as ferramentas de inovação: pesquisa, fundamentação teórica e prática, controle de qualidade, atendimento de parâmetros e protótipos de solução.

“Inovação não é algo solitário. As parcerias são importantes. O que não sei fazer bem, eu preciso de parcerias, dos centros de tecnologias, das universidades, do Senai, de recursos humanos, de análises laboratoriais, e principalmente, questionar a superação”.

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